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Jazz e poesia do mundo África

A poeta portuguesa Raquel Lima é parceira constante da banda Gume, espoente criativo em seu país. No vídeo abaixo, de 2017, Raquel tem participação especial. No último dia 4 de julho, Raquel apresentou-se com a Gume na Fundação de Serralves, na cidade do Porto, em Portugal. Raquel Lima é autora de Ingenuidade Inocência Ignorância, vendido no Brasil pela Terra Redonda Editora.

Gume é uma exploração da síncope e da palavra que entrelaça a cultura urbana do Ocidente e a diáspora de África, com referências em Steve Coleman, na Prime Time Band de Ornette Coleman, em Itamar Assumpção e em Lightnin’ Rod, dos Last Poets. As premissas são as da Afrological Perspective de George Lewis, traduzidas num conceito musical que incorpora na sua cosmologia afro-futurista elementos que podem provir tanto do afrobeat e da rumba cubana como do rara do Haiti ou do umbanda brasileiro. O projeto que tem à frente o trompetista e compositor de origem suazi Yaw Tembe não procura estabelecer sínteses. O que lhe interessa é mesmo o movimento dos contrastes, a colisão de tradições, a polirritmia, o cruzamento de timbres.

Lapidado por Yaw Tembe (trompete e voz), Pedro Monteiro (contrabaixo), Sebastião Bergman (bateria), André David (guitarra eléctrica) e David Menezes (percussões). Estes músicos trepam num balanço groovesco pelos caminhos tortuosos do Jazz, Rap/Spoken Word e do improviso. Neste escalar livre de exploração sonora em volta de grooves e palavras, vão encontrando pelo caminho espectros bem vivos da cultura urbana, reminiscências do album "Hustlers Convention" de Lightnin' Rod (Last Poets), da Prime Time band de Ornette Coleman, as composições caleidoscópicas de Steve Coleman, do universo tropical de Itamar Assumpção ao Dub Poetry de Big Youth e Linton Kwesi Johnson.

Raquel Lima em show da Gume, na cidade do Porto, 4/7/2020 Foto de @Dori Nigro

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